sexta-feira, 13 de março de 2015

Construtivismo, instrucionismo e tecnologias na educação.

Construtivismo, instrucionismo e tecnologias na educação.

As contribuições dos educadores Jean Piaget e Levy Vygotsyky influenciaram a construção de fundamentos teóricos para o surgimento de propostas inovadoras a partir da utilização de tecnologias voltadas para a educação. Como exemplo, tem-se a abordagem instrucionista, influenciada pela corrente behaviorista e a abordagem interacionista, baseada na abordagem construtivista.
Segundo a abordagem instrucionista, o computador é visto como uma máquina de ensinar, em que os alunos passam a seguir uma espécie de tutorial para a resolução de problemas.

O desenvolvimento de softwares, a utilização de diferentes mídias e outras ferramentas com poder de comunicação desafiam os docentes a conceberem uma nova prática pedagógica que melhor trabalhe a construção do conhecimento. A utilização desses softwares educacionais tem uma forte relação com abordagem construtivista, ao preocupar-se com o desenvolvimento da  aprendizagem do aluno e a construção de sua autonomia. Para Piaget, a autonomia resulta de um trabalho de construção cooperativa de regras morais e operatórias  para a manutenção de relações que passam pelo respeito mútuo.

Segundo a abordagem construtivista, é necessário um processo de interação entre os alunos e desses com os professores que, agora, passam a desempenhar novos papéis na construção do processo de ensino e aprendizagem.
O novo papel desempenhado pelo professor é aquele que conhece não somente o funcionamento das ferramentas, mas também, o conhecimento de como integrar o funcionamento dessas tecnologias  a sua prática pedagógica.

A consolidação da cibercultura com a segunda geração da internet (web 2.0) caracteriza-se como hipermidiática ao conjugar em seus conteúdos, recursos de texto, áudio, vídeo, animação. De posse de todos esses recursos, a interatividade é marcada pela velocidade da comunicação no qual, alunos e professores deixam de ser apenas receptores das mensagens e instruções passando também a produzir e desenvolver conteúdos, potencializando assim a criação de uma aprendizagem colaborativa.

A partir das contribuições teóricas de Piaget e da abordagem construtivista, um trabalho direcionado para a utilização de tecnologias na sala de aula, pode fornecer subsídios para o processo de inovação pedagógica a ser construído pelo professor, em conjunto com os alunos de forma colaborativa.





Referências:
LÉVY, Pierre. As tecnologias da Inteligência. São Paulo: Ed 94, 1999.
PRETTO, N. Uma Escola sem/com Futuro: Educação e Multimídia. Campinas, Papirus, 1996.



quarta-feira, 11 de março de 2015

Câmara Operante

Em suas investigações, Burrhus Frederic Skinner trabalhou com o método experimental, realizando vários estudos com animais, os quais nos ajudam a entender seus conceitos e proposições. Falaremos neste post um pouco sobre um dos mais famosos experimentos realizados por este teórico: a Câmara Operante ou Caixa de Skinner.


Como podemos observar na reprodução acima, a Caixa de Skinner era pequena o suficiente para abrigar o animal a ser testado, continha um vidro transparente na frente, uma barra/alavanca do lado esquerdo, um local para o fornecimento de comida, uma luz e um alto-falante que poderiam ser acionados, sem falar na grade do chão que também poderia emitir pequenos choques elétricos ao comando do experimentador.

Com esse experimento, Skinner descobriu que poderia “modelar” o comportamento do animal, ou seja, se seu objetivo final era que o rato pressionasse a barra lateral, ele poderia liberar comida quando o rato, primeiro, olhasse pra barra, depois, quando se aproximasse da barra, quando a tocasse, e, finalmente, quando ele pressionasse a barra. Quanto mais obtinha a comida (reforço), mais o rato aprendia como obtê-la usando a alavanca.

Resumindo, o experimento funciona de acordo com o seguinte esquema: 


Vejam no vídeo a seguir uma reprodução deste experimento:

Mesmo considerando a ação do indivíduo como fundamental na determinação do comportamento, esta ação, segundo Skinner, é controlada pelo ambiente externo. Segundo Nunes e Silveira (2008, p. 28) um “exemplo similar pode ser dado em relação ao ser humano, quando aperta um botão de um aparelho para obter água. Sempre que tiver sede, havendo no ambiente tal aparelho, sua ação será apertar o botão e saciar a sede. Cada vez que isso acontece o indivíduo é reforçado”.

Referências:

NUNES, A. I. L.; SILVEIRA, R. N. Teorias Psicológicas e Aprendizagem. Realce: Fortaleza, 2008.

VASCONCELOS, L. Psicologia e Comportamento Animal. Disponível em: http://www.comportamento.net/artigos/nossos/psi-comportamento-animal/ Acesso em: 11 de mar. 2015.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Biografia de Skinner

Burrhus Frederic Skinner
Burrhus Frederic Skinner, nasceu na cidade de Susquehanna, no Estado da Pennsylvania (EUA), em 1904. Concluiu o segundo grau em 1922, no mesmo ano entrou na universidade Hamilton College, em Clinton, Nova York.

Em 1926, graduou-se em literatura inglesa e línguas românticas, na Universidade de Nova York, a partir desse momento decidiu ser escritor. Entretanto, depois de ler sobre John B. Watson e Ivan Pavlov, Skinner decidiu transferir seu interesse literário pelas pessoas para um interesse mais científico, e em 1928, resolveu fazer o curso de pós-graduação em Psicologia, se inscrevendo no programa de Psicologia Experimental, na Universidade de Harvard.

Skinner aos 24 anos
Obteve os títulos de Mestrado (1930) e Doutorado (1931). Após o doutoramento, permaneceu em Harvard, até 1936, com um apoio financeiro para fazer pesquisas. Depois de vários pós-doutorados, Skinner foi dar aulas na Universidade de Minnesota (1936–45) e na Universidade de Indiana (1945–47). Em 1947, voltou a Harvard. Seu livro de 1938, “O Comportamento dos Organismos”, descreve os pontos essenciais de seu sistema. Cinquenta anos mais tarde, esse livro foi considerado “um dos poucos livros que mudaram a face da psicologia moderna”, e ainda é muito lido. Seu livro de 1953, “Ciência e Comportamento Humano”, é o manual básico da sua psicologia comportamentalista.

Skinner manteve-se produtivo até a morte, aos oitenta e seis anos, trabalhando até o fim com o mesmo entusiasmo com que começara uns sessenta anos antes. Em seus últimos anos de vida, ele construiu, no porão de sua casa, sua própria “caixa de Skinner” – um ambiente controlado que propiciava reforço positivo.

Aos sessenta e oito anos, escreveu um artigo intitulado "Auto-Administração Intelectual na Velhice", citando suas próprias experiências como estudo de caso. Ele mostrava que é necessário que o cérebro trabalhe menos horas a cada dia, com períodos de descanso entre picos de esforço, para a pessoa lidar com a memória que começa a falhar e com a redução das capacidades intelectuais na velhice. Doente terminal com leucemia, apresentou uma comunicação na convenção de 1990 da APA, em Boston, apenas oito dias antes de morrer; nela, ele atacava a psicologia cognitiva.

Skinner nos últimos anos de vida.

Dentre as teorias que influenciaram o pensamento de Skinner, destacam-se principalmente dois autores: Ivan Petrovich Pavlov e Jonh B. Watson.

Dentre seus experimentos e invenções destacam-se a caixa de skinner e a máquina de ensinar.

Na noite anterior à sua morte, estava trabalhando em seu artigo final, "Pode a Psicologia ser uma Ciência da Mente?", outra crítica ao movimento cognitivo que pretendia suplantar sua definição de psicologia. Skinner morreu em 18 de Agosto de 1990.




Referências

COSTA, F.G.M.A; Biografia. 2011. Disponível em: <http://psicoskinner.blogspot.com.br/2011/03/biografia_24.html>. Acesso em 26 fev. 2015.

OGASAWARA, J. S. V. Aprendizagem segundo Skinner. In: ______. O Conceito de Aprendizagem de Skinner e Vygotsky: Um Dialógo Possível. Salvador: Universidade do Estado da Bahia, 2009, p. 12-13.
O processo de ensino aprendizagem na perspectiva de Skinner

A concepção behaviorista de Skinner sobre o processo de ensino baseia-se na ênfase do método e na eficácia da estruturação dos recursos externos, como principais promotores da aprendizagem, que decorrem dos esquemas de reforçamento.


O reforço atua como elemento chave no processo de ensino aprendizagem e pode ser qualquer coisa que suscite a resposta desejada.

Nessa lógica, Luna (2002, apud, Nunes e Silveira, 2008) nos coloca que o ensino nessa corrente, é uma ação planejada, a qual depende que o professor organize, avalie e especifique a atividade do aluno.

Teremos,  a partir da ótica de Skinner, um ensino com objetivos e conteúdos da educação programados com as seguintes características:
  • "Estudo por meio de unidades de ensino ou disciplina, avançando por etapas;
  • Organização de sequências de ensino de acordo com as dificuldades surgidas;
  • Manutenção do aluno em permanente atividade;
  • Auto-avaliação do aluno em situações específicas;
  • Feed back dado pelo professor;
  • Ênfase no ensino individualizado e na análise do comportamento do aluno, para identificar o que necessita aprender " (Nunes e Silveira, 2008, p. 41).
Além do ensino-aprendizagem, os autores acima colocam que as teorias comportamentais também tiveram forte influência na formação dos professores promovendo atitudes que perduraram durante muito tempo na ação docente e que põe em xeque a noção de autonomia, liberdade e autodeterminação do sujeito.




Referências: 

Características da pedagogia tradicional. Disponível em: blogtresalunas.blogspot.com Acesso em: 26 fev 2015.

Behaviorista em ação - psicologia clínica e acdêmica. Disponível em: behaviorismoemacao.blogspost.com . Acesso em: 26 fev 2015.

NUNES, Ana Ignez Belém Lima; SILVEIRA, Rosemary do Nascimento. Psicologia da aprendizagemprocessosteorias e contextos. Fortaleza: Liber Livro: 2008. P. 31-42.

A máquina de ensinar de Skinner



Skinner preocupou-se muito com a educação, dedicando a aprendizagem e a linguagem vários de seus estudos. 


Visando colaborar com a dinâmica da sala de aula, onde os docentes necessitavam atender a vários estudantes simultaneamente, desenvolveu uma máquina de ensinar (teaching machine). A teaching machine propunha problemas matemáticos onde o estudante tinha que solucionar um problema, e, após responder corretamente, passava para o próximo, proporcionando um ensino individualizado e um avanço gradual. Com a limitação de ensinar novos comportamentos, a máquina aperfeiçoava as habilidades já aprendidas. O papel do professor seria o de monitorar o processo e o aprendizado do discente.


Apresentamos algumas características da máquina de ensinar de Skinner:

  • Reforço imediato da resposta correta;
  • Cada criança progride no seu próprio ritmo;
  • Material cuidadosamente planejamento, no qual cada problema dependerá da resposta ao anterior.

Nesse vídeo, Skinner fala um pouco da máquina de ensinar:

https://www.youtube.com/watch?v=vmRmBgKQq20



 
Na imagem acima, uma das primeiras máquinas de ensinar aritmética. O material didático, uma equação a ser completada, por exemplo, aparece na abertura quadrada da parte superior, impressa em uma fita de papel. Na fita, estão perfurados orifícios correspondentes ao que falta na equação. O menino, movendo cursores, faz com que apareçam nos orifícios os números desejados. Uma vez que os cursores tenham sido manejados corretamente, a equação (ou outra equação) ficou completa. Então, o menino gira um botão na frente da máquina. A máquina “lê” a resposta, e se estiver certa, o botão gira livremente e uma nova questão aparece sob a abertura. Se o ajuste dos cursores não tiver sido feito de modo a completar corretamente a equação, o botão não gira e o aluno precisa corrigir a posição dos cursores. Pode-se colocar também um contador para marcar respostas erradas. (Esta máquina foi demonstrada na Universidade de Pittsburgh, em março de 1954).
 
 
 
Referências bibliográficas:


SOUZA, Rodrigo Dal Bem de; GARCIA, Marcos Roberto. Análise do capítulo a Escola do Futuro de B. F. Skinner. Disponível em: http://Www.Unifil.Br/Portal/Arquivos/Publicacoes/Paginas/2012/8/494_805_Publipg.Pdf. Acesso em 26/02/2015.